sexta-feira, 17 de abril de 2020

Reflexões em tempo de confinamento


Partilho um texto que vos peço para ler até ao fim... Não fui eu que o escrevi (mas bem que me orgulharia se tivesse sido) e chegou-me numa mensagem de carinho e esperança por parte de uma Amiga (uma daquelas pessoas especiais, com quem estava habituada a trocar sorrisos e reflexões e que agora mesmo à distância me consegue enviar palavras que aconchegam o coração!):

"Eu nasci poucos anos depois do fim da última grande guerra, e desde pequeno ouço falar que a Terceira Guerra Mundial provavelmente iria dizimar grande parte da raça humana. Acho que chegamos nela e nem nos demos conta disso. A diferença é que eu, na minha inocência, acreditava que seria uma briga de algum país rico,contra outro país rico, em busca de alguma riqueza maior ainda. Que esses países inventariam bombas terríveis e com toda força bélica iriam demonstrar quem era o mais forte... Errei... Errei feio... Descobri que o país mais forte na terceira guerra mundial, não é o que tem mais armas de fogo. Não é o que investiu em força bélica, ou armamento nuclear. O país que vai ganhar a guerra é aquele que soube investir na ciência, na saúde e em sua infraestrutura hospitalar, porque o inimigo não morre com um tiro, ele é invisível. Mas, em uma coisa eu estava certa... Muitos vão morrer. Essa guerra está aí para inverter valores. Veja: o petróleo, sem consumo, não vale nada, não é mais ouro negro como sempre disseram... O ouro hoje é em gel, e transparente... E só serve pra desinfetar.

Shoppings fechados, lojas desertas. Pra que comprar, se ninguém vai ver a bota nova comprada na loja cara logo no lançamento da Coleção outono-inverno?

Carros caros que não saem das garagens. Viagens desmarcadas. A Disney perdeu o encanto e o Donald, dessa vez o Trump, pede para que os americanos fiquem em casa. Em todas as línguas a palavra mais falada é essa mesmo "casa"... Que ganha um novo significado, além de morada vira "abrigo".

A muralha da China não impediu que o vírus se espalhasse. Deixamos todo o trabalho em cima das mesas e de um dia para o outro, tudo parou... Tenho a sensação de que não me despedi de ninguém... Fico imaginando que eu não posso perder ninguém, nem ir embora desse mundo sem me despedir. Será que abracei o suficiente? Será que disse a todos o quanto eu os amo. Não sei... Essa Guerra me deixou sem chão, verdades tão óbvias apareceram e quebraram paradigmas. Precisou que o mundo parasse e o vírus ameaçasse nossa sobrevivência para que os pais percebessem que educação se faz em casa. E que escolas são centros de socialização. Que ensinar não é fácil e que professores são muito mais heróis do que aqueles que o cinema mostra. Que os mitos estão nos hospitais, de máscaras e sem condições de trabalho e não no Planalto onde a idiotização das pessoas toma forma humana e sem escrúpulos. Se você aprendeu com a sabedoria dos mais velhos, sorte a sua, o mundo depois desse tsunami será mais jovem, com menos rugas e menos sábio... Ou talvez a sabedoria apareça nesse tempo, desde que ele sirva para entendermos que viagens foram canceladas porque a grande viagem que deve ser feita é pra dentro de nós mesmos. Para que você entenda que o importante não são os custos, mas os valores. Que essa guerra sirva pra que você reveja seus conceitos, entenda que rico é o trabalhador, sem ele não existe riqueza. Que sem o homem a natureza é mais feliz e o céu mais azul. Que amigos usam a tecnologia pra se fazer perto e que não existe distância para aqueles que se amam. Que vencer uma guerra no sofá é uma benção e está em suas mãos. Sua casa é sua trincheira e na terceira guerra mundial a granada mais perigosa é água e sabão. E quando passar, olhe pra essa quarentena e veja que ela foi apenas o tempo de incubação, que você precisou para renascer."

(Autor desconhecido, que pena...)

sexta-feira, 8 de abril de 2016

Direitos da Criança no mês da Prevenção dos Maus Tratos

            O mês de Abril é considerado o mês da prevenção dos Maus Trato.
Este marco teve inicio em 1989, quando uma avó amarrou uma fita azul à antena do seu carro com o objetivo de "fazer com que as pessoas se questionassem" sobre a razão do laço e pudesse alertar a comunidade para o problema do mau trato físico a que os seus netos estavam sujeitos.
A campanha do Laço Azul surge com o intuito de relembrar que as crianças (jovens, adultos e idosos), independentemente das suas características físicas, psicológicas ou sociais, têm direito a viver num meio responsivo, isto é, num meio que responda de forma adequada às suas necessidades de afeto, alimentação, cuidados médicos, educação e proteção.
“Considerando que a criança, por motivo da sua falta de maturidade física e intelectual, tem necessidade uma proteção e cuidados especiais, nomeadamente de proteção jurídica adequada, tanto antes como depois do nascimento;
Considerando que a necessidade de tal proteção foi proclamada na Declaração de Genebra dos Direitos da Criança de 1924 e reconhecida na Declaração Universal dos Direitos do Homem e nos estatutos de organismos especializados e organizações internacionais preocupadas com o bem-estar das crianças;
Considerando que a Humanidade deve à criança o melhor que tem para dar.” Resolução da Assembleia Geral 1386 (XIV), de 20 de Novembro de 1959

Na "Declaração dos Direitos da Criança" importa relembrar que:
ARTIGO 2º Tens todos esses direitos seja qual for a tua raça, sexo, língua ou religião. Não importa o país onde nasceste, se tens alguma deficiência, se és rico ou pobre.
ARTIGO 3º Quando um adulto tem qualquer laço familiar ou responsabilidade sobre uma criança, deverá fazer o que for melhor para ela.
ARTIGO 6º Toda a gente deve reconhecer que tens direito à vida.
ARTIGO 9º Não deves ser separado dos teus pais, excepto se for para teu próprio bem, como por exemplo, no caso dos teus pais te maltratarem ou não cuidarem de ti. Se decidirem separar-se, tens de ficar a viver com um deles, mas tens o direito de contactar facilmente com os dois.
ARTIGO 12º Quando os adultos tomam qualquer decisão que possa afectar a tua vida, tens o direito a dar a tua opinião e os adultos devem ouvir seriamente o que tens a dizer. 
ARTIGO 13º Tens direito a descobrir coisas e dizer o que pensas através da fala, da escrita, da expressão artística, etc., excepto se, quando o fizeres, estiveres a interferir com o direito dos outros.
ARTIGO 15º Tens direito a reunir-te com outras pessoas e a criar grupos e associações, desde que não violes os direitos dos outros.
ARTIGO 16º Tens direito à privacidade. Podes ter coisas como, por exemplo, um diário que mais ninguém tem licença para o ler. 
ARTIGO 17º Tens direito a ser informado sobre o que se passa no mundo através da rádio, dos jornais, da televisão, dos livros, etc. Os adultos devem ter a preocupação de que compreendes a informação que recebes.
ARTIGO 18º Os teus pais devem educar-te, procurando fazer o que é melhor para ti.
ARTIGO 19º Ninguém deve exercer sobre ti qualquer espécie de maus tratos. Os adultos devem proteger-te contra abusos, violência e negligência. Mesmo os teus pais não têm o direito de te maltratar.
ARTIGO 23º No caso de seres deficiente, tens direito a cuidados e educação especiais, que te ajudem a crescer do mesmo modo que as outras crianças.
ARTIGO 24º Tens direito à saúde. Quer dizer que, se estiveres doente, deves ter acesso a cuidados médicos e medicamentos. Os adultos devem fazer tudo para evitar que as crianças adoeçam, dando-lhes uma alimentação conveniente e cuidando bem delas.
ARTIGO 27º Tens direito a um nível de vida digno. Quer dizer que os teus pais devem procurar que não te falte comida, roupa, casa, etc. Se os pais não tiverem meios suficientes para estas despesas, o governo deve ajudar. 
ARTIGO 29º A educação tem como objectivo desenvolver a tua personalidade, talentos e aptidões mentais e físicas. A educação deve, também, preparar-te para seres um cidadão informado, autónomo, responsável, tolerante e respeitador dos direitos dos outros.
ARTIGO 31º Tens direito a brincar.
ARTIGO 34º Tens o direito a ser protegido contra abusos sexuais. Quer dizer que ninguém pode fazer nada contra o teu corpo como, por exemplo, tocar em ti, fotografar-te contra a tua vontade ou obrigar-te a dizer ou a fazer coisas que não queres.
ARTIGO 39º Uma criança vítima de maus tratos ou negligência, numa guerra ou em qualquer outra circunstância, tem direito a protecção e cuidados especiais.
ARTIGO 42º Todos os adultos e crianças devem conhecer esta Convenção. Tens direito a compreender os teus direitos e os adultos também.

Aprendendo a respeitar o outro, estamos a demonstrar que também queremos ser respeitados.
Vamos pôr em prática esta convenção!
Artigo adaptado (Nov, 2011)

quarta-feira, 9 de dezembro de 2015

Relaxar em tempos de stress

“Enquanto técnica, o relaxamento é cada vez mais recomendado como rotina diária.”

O nosso quotidiano está pautado por momentos de grande pressão, em que nos sentimos constantemente postos à prova e em que nos esforçamos por corresponder às expectativas (internas e externas) e por dar o melhor de nós. Neste contexto, em que os desafios pessoais e a especialização profissional são cada vez maiores e mais exigentes, pequenas situações potenciadoras de stress e ansiedade surgem todos os dias e condicionam o equilíbrio e a qualidade da resposta dada pelos sujeitos a essas mesmas situações.
As consequências individuais da exposição prolongada a situações de maior ansiedade têm sido um dos pontos referidos pela Organização Mundial de Saúde (OMS) ao longo dos últimos anos. Atualmente estes fatores são apontadas como estando na base de casos de instabilidade física e psíquica, da diminuição da qualidade de vida dos indivíduos e, muitas vezes, de problemas de saúde significativos.
Para além das alterações a curto prazo, vários estudos têm vindo a evidenciar que as situações de grande stress podem ser igualmente responsáveis por um maior desgaste do funcionamento cerebral e pelo envelhecimento precoce das redes neuronais.
Embora estas condições não sejam marcadamente exclusivas das sociedades actuais, presentemente retiramos pouco tempo para desfrutar de actividades prazerosas e de descontracção, dificultando a restituição dos níveis homeostáticos e equilibrados de ansiedade. É cada vez mais indispensável que os sujeitos encontrem formas de alcançar uma sensação de bem-estar físico e mental que lhes permita ir respondendo às solicitações do dia-a-dia de forma adaptativa.

Estratégias
Um estilo de vida que inclua relaxamento, meditação, exercício físico apropriado e um sono reparador, ajuda a revigorar o nosso estado mental e melhorar a nossa qualidade de vida. As técnicas de relaxamento são consideradas como elementos imprescindíveis no restabelecimento dos níveis de bem-estar e, quando enquadradas nas rotinas diárias, permitem que os indivíduos desenvolvam, treinem e implementem estratégias de controlo da ansiedade, capacitação na resolução de problemas, redução dos pensamentos negativos e desenvolvimento de uma atitude mais positiva face à vida.
De entre várias estratégias de relaxamento que se podem incluir nas rotinas diárias, salienta-se:
- A  massagem  corporal - Permite a redução da tensão muscular e da dor que lhe está associada.
- O sono- O sono tem uma função reparadora, desta forma devemos procurar dormir 8horas por noite.
- O banho de água morna - Não são apenas os banhos de imersão que proporcionam sensações de relaxamento. Um banho de chuveiro, fazendo incidir a água na zona do pescoço ajuda a relaxar os músculos.
- A pratica de exercício físico - Fazer desporto regularmente permite libertar tensões acumuladas e aumenta a sensação de bem-estar.
- O Treino da respiração - Utilizar um relógio para abrandar o ritmo respiratório, respirar a partir do diafragma e treinar a utilização da palavra devagar. Em alguns casos é fundamental controlar a hiperventilação.
- O "slide da paz" -  Imagem reconfortante que transmita tranquilidade, afaste da situação ansiosa e ajude a restabelecer o equilíbrio corporal, mental e emocional.
-  A antecipação da resolução das situações stressantes - Nestes casos é fundamental dar mais enfase às estratégias (ao como resolvera situação) do que aos problemas inerentes à mesma (isto é, ao porquê do seu acontecimento)
- O desafio aos pensamentos negativos - Trocar mensagens pessoais negativas por pensamentos construtivos ajuda a diminuir a ansiedade e a melhorar a autoestima e a autoconfiança.
- A gestão da ansiedade - Importa relaxar, abstrair-se e pensar de forma racional e positiva (incluir meditação ou técnicas de relaxamento nas rotinas diárias ou fazer atividade física diariamente pode ajudar bastante)


Sintetizando, ao aprender a relaxar é possível minimizar sintomas resultantes do stress e ansiedade, tais como dores de cabeça intensas, dores musculares e insónias, e desenvolver competências que permitem aos sujeitos lidar com as situações de elevada pressão de forma mais adaptativa e menos ansiosa. Os momentos de relaxamento são, desta forma, um pilar indispensável pra a qualidade de vida e bem estar presente e futuro.
Artigo Escrito para a revista Zen Energy

sexta-feira, 13 de novembro de 2015

(in)Sucesso Escolar

O (in)sucesso escolar é apontado por pais e professores como uma das maiores preocupações e desafios pedagógicos dos tempos atuais - para além de ser visto como uma medida preditora do bem-estar presente e do êxito futuro, é também fonte de pressão e ansiedade para uma grande parte das crianças e jovens, desde tenra idade.  

Atualmente, para além da transmissão dos conteúdos pedagógicos, a comunidade educativa tem como preocupações adjacentes o combate da exclusão social, a oferta de igualdade de oportunidades educativas, a preparação dos jovens para o mercado de trabalho e a promoção do sucesso académico (e/ou a diminuição do insucesso e do abandono escolar precoce).
O insucesso académico surge então como foco das preocupações dos pais e professores e pode ser definido como a dificuldade do estudante em  corresponder aos objetivos (metas curriculares) traçados pela escola e pela família, para o seu percurso educativo. Este insucesso vai muito para além dos resultados académicos obtidos, uma vez que envolve também fatores como a atitude dos alunos face à escola, o seu grau de motivação para as tarefas letivas, o tempo despendido e os hábitos de estudo, a sua autoestima e autoconceito académico, a ansiedade com que lidam com as atividades escolares e, consequentemente, o seu bem-estar pessoal e vocacional. Envolve também sentimentos de incapacidade, de baixa autoestima e de fracasso generalizado e, desta forma, os baixos resultados são vistos como uma barreira que dificulta significativamente o processo de crescimento e de ensino-aprendizagem dos alunos, não só numa perspetiva académica como também individual e social.
Em muitos casos, o insucesso está correlacionado com casos de indisciplina e abandono escolar precoce que se espelham nas várias transgressões, às normas e aos limites impostos pela comunidade escolar entre o que é e o que não é permitido nos espaços de aprendizagem, cometidas pelas crianças e/ou pelos jovens.
O insucesso pode surgir também como manifestação de descontentamento ou como chamada de atenção no seguimento de situações-problema externas à escola. Este pode ainda encapotar questões de instabilidade e sofrimento emocional, que por dificuldades de expressão em idades mais precoces ou por vivências emocionais mais intensas, são manifestadas através de comportamentos desajustados. Em ambos os casos é fundamental que os adultos cuidadores procurem perceber o que está por detrás da falta de rendimento satisfatório de modo a poder chegar ao foco da questão que o despoleta e definir estratégias para alterar a situação.
Nesse sentido, um dos desafios da comunidade educativa é desenvolver planos de atuação que favoreçam o sucesso pessoal e académico através de um ambiente motivacional positivo, que incentive a aprendizagem e que promova a curiosidade e a vontade de aprender.

Sucesso em família
Os pais e encarregados de educação, enquanto exemplos e pontos de apoio, têm um papel preponderante nas várias valências da conduta dos filhos, nomeadamente no seu desempenho académico. Neste sentido, o suporte e monitorização do percurso escolar dos seus educandos é essencial: mais do que críticas, sugestões ou conselhos é fundamental que sejam transmitidos modelos assertivos e construtivos (por exemplo, mais do que incitar a um comportamento pouco ansioso nos períodos de avaliação é essencial transmitir-lhes uma postura calma e confiante).
Os modelos comportamentais construtivos devem ser complementados com um discurso otimista e de valorização pessoal, procurando transmitir mensagens de encorajamento (“se te esforçares vais ver que és capaz”) ao invés de mensagens de ameaça (“se não tiveres 80% vais ver o que te acontece”) ou de desânimo (“a continuar assim não vais conseguir de certeza”). Embora o sentido das frases possa ser idêntico, um discurso positivo incita o esforço e a dedicação pessoal e, consequentemente, a persecução de objetivos mais satisfatórios.
O desempenho escolar é ainda condicionado, entre outros fatores, pelo medo de falhar ou de não obter os resultados desejados. Deste modo, é fundamental que os pais alertem para a importância de preparar os momentos de avaliação atempadamente e fomentem um clima de calma e confiança especialmente durante estes períodos.

Estratégias para fomentar o sucesso académico
Embora cada situação seja única e irrepetível, há algumas estratégias que podem favorecer atitudes de sucesso:
- elaborar uma boa planificação tendo em conta a forma como cada um gere o seu tempo ao longo da semana, o seu ambiente de estudo e o modo como redige bons apontamentos.
- dialogar sobre as situações menos funcionais, adequando as palavras e procurando estratégias conjuntas para a sua resolução;
- diferenciar as situações de aprendizagem, indo de encontra às necessidades individuais de cada criança/jovem;
- valorizar os comportamentos corretos e ajustados (mesmo que frequentes);
- responsabilizar a criança/jovem pelas suas aprendizagens e pelos seus comportamentos;
- dar feedback construtivo e definir metas ajustadas às capacidades de cada aluno;
- gerir as expetativas de aprendizagem e valorizar o esforço;
- atuar prontamente nas situações menos ajustadas, com calma e firmeza
- explicar a importância do esforço para alcançar o sucesso;
- educar para a independência e autonomia;
- não facilitar o trabalho da criança;
- ter tempo e paciência;
- motivar a criança e apelar á sua ativação e participação.

É fundamental consciencializar as crianças e os jovens sobre a importância da escola e do seu envolvimento no processo de aprendizagem de modo a cativá-los e a responsabilizá-los pelo seu processo educativo. Ao assimilarem a importância que a escola tem na sua construção e na aquisição de ferramentas essenciais para o seu futuro, é mais fácil diminuir os comportamentos de desinvestimento e aumentar o empenho e a motivação dos alunos face às suas aprendizagens. 
Texto escrito para o Congresso Dificuldades na Aprendizagem

quinta-feira, 1 de outubro de 2015

Estou desmotivado, a escola não é para mim!

A motivação, a par com as capacidades cognitivas, é vista como um dos fatores com maior impacto na aprendizagem, no desempenho e no sucesso académico dos alunos (nas várias faixas etárias). A sua interferência no nosso quotidiano abrange uma panóplia de situações muito vastas e variadas, que vão desde o simples sair da cama logo pela manhã, ao interesse (ou não) com que se iniciam, realizam e terminam as várias atividades que surgem ao longo do dia.
A motivação pode ser definida como um conjunto de pulsões ou fundamentos que nos levam a agir, isto é, como a razão que desbloqueia e desencadeia as nossas ações.  A palavra motivação deriva do étimo latino emovere, termo que pode ser traduzido como um movimento que ocorre de dentro para fora e que leva o sujeito a agir.
De entre os estudos que se têm realizado em torno deste conceito, é de salientar que vários autores apontam para uma pluridimensionalidade da motivação. Este facto evidencia que uma mesma pessoa pode ter diversos focos de interesse em simultâneo, em temáticas ou situações diversificadas e que se expressam em diferentes graus. Desta forma, não se deve olhar para a motivação como um conceito geral e generalizado ou como um estado único direcionada para todas as situações quotidiano num mesmo momento (está-se ou não se está motivado), uma vez que esta depende, de entre várias condicionantes, da especificidade da situação que a poderá despoletar e do fundamento que precede a vontade de agir: num mesmo momento alguém pode estar motivado para ver televisão e não estar motivado para estudar. Pode-se então referir tantas motivações quantas as tarefas a desempenhar: motivação para estudar matemática, motivação para estar nas aulas de inglês a aprender gramática ou motivação para fazer a cama de manhã.
Ao analisar o conceito de motivação convém ter presente que a intenção é a base do processo motivacional tratando-se, portanto, do ingrediente essencial para o despoletar de iniciativas como ler um livro, estudar matemática, fazer os TPC… bem como para a posterior manutenção destas atividades.
Paralelamente importa também ter em consideração a importância das “competências de autorregulação” e a sua implicação no processo de aprendizagem em termos cognitivos, motivacionais e comportamentais.
As metas de realização surgem também como um dos fatores associados ao conceito de motivação, mais valorizados na explicação do rendimento académico - para obter bons resultados é necessário ser detentor de capacidades normativas, ter vontade de atingir os objetivos e saber/identificar as metas que quer alcançar. As variáveis motivacionais podem então ser percebidas como os fundamentos que dirigem a ação e que envolvem persistência e prossecução de objetivos ou metas previamente fixadas pelo sujeito.
A desmotivação surge, em muitos contextos, por oposição aos fatores que promovem a motivação e, na sua origem, podem estar questões tão variados como o  pouco gosto pela tarefa, a falta de objetivos ou significado da ação, a ausência de recursos internos ou externos para a conclusão da atividade com sucesso, a ausência de um itinerário vocacional ajustado ou o baixo autoconceito/autoestima que o sujeito tem sobre si.
Quando associada à escola, a desmotivação pode culminar em situações de insucesso (repetido) e abandono escolar precoce, condicionando a qualidade de vida e o bem estar dos jovens.

Neste sentido é fundamental refletir sobre os  pontos que podem estar na base da desmotivação escolar (individual e generalizada) bem como nas estratégias que podem ser postas em prática para promover a motivação das crianças e dos jovens.

quarta-feira, 30 de setembro de 2015

Eu até gosto de ir à escola, mas... tenho mesmo de estudar?

Com o inicio de mais um ano letivo, as preocupações dos pais e educadores com o sucesso académico dos seus filhos começam a ser um dos pontos de maior destaque nas rotinas do dia-a-dia.
A par com a saúde e o bem estar dos seus educandos, a necessidade de fazer trabalhos de casa, o tempo que os filhos passam a estudar, os possíveis recados na cadernetas e os resultados das avaliações (entre tantas outras questões ligadas à escola) são geralmente pontos a que os pais dão particular atenção e que se refletem nas suas conversas quotidianas.  Nestes diálogos familiares é frequente ouvir os pais  confrontarem os filhos com a sua falta de dedicação nas tarefas escolares, chegando mesmo a pôr em causa se os resultados abaixo do esperado se devem a falta de esforço ou se haverá qualquer problema que condicione as suas aprendizagens.
Estes confrontos de opiniões muitas vezes permitem verificar que quer os objetivos quer as expectativas de pais e filhos face ao desempenho académico são distintas e esses fatores condicionam quer o investimento quer o compromisso que os alunos estabelecem com as tarefas escolares.
Com o inicio de mais um ano letivo, o segredo do sucesso escolar passa pelo compromisso que cada estudantes estabelece com o seu percurso académico. Neste sentido, é fundamental refletir conjuntamente com ele sobre a importância instrumental da escola na vida e no desenvolvimento de cada criança e jovem. O aluno não deve olhar para a escola como um espaço de ocupação de tempos livres (e ainda por cima ocupando-o com tarefas de que não gosta), este deve conseguir vê-la como um meio para alcançar os seus objetivos vocacional e ir adquirindo competências e conhecimentos em várias áreas do saber.
Paralelamente, deve ser o aluno a traçar os seus objetivos académicos, ajustado às suas capacidades e balizados pelas suas metas pessoais. Neste ponto, o educador pode ajuda-lo a traçar objetivos mais ambiciosos mas não deve impor os seus objetivos aos jovem, uma vez que desta forma este não se sentirá tão motivado em alcançá-los.
É ainda de extrema importância que a criança ou o jovem sintam o apoio familiar no seu percurso académico, não só motivando-os e ajudando-os a desenvolver a sua auto-estima e o seu auto-conceito.
Sintetizando, um dos primeiros passos para melhorar a motivação dos jovens face às aprendizagens escolares passa por envolver e responsabilizar os alunos pelas suas aprendizagens e por lhe demonstrar o valor da escola - mesmo não sendo perfeita ou ideal, esta é uma ferramenta necessária ao seu percurso académico e profissional e, como tal, eles deverão utilizá-la a seu proveito, da melhor forma possível.

 Texto escrito para a Clínica da Educação 

segunda-feira, 13 de outubro de 2014

La importancia de Neurosicoeducar

“El docente es un artista que puede esculpir en el cerebro una de la obras más grandes e importantes de la humanidad: un gran ser humano”. (Marita Castro, s.d.)

Las neurociencias se han presentado como un área científica en fuerte desarrollo, atrayendo el interés y la atención de muchos investigadores y de la comunidad en general , dada la fascinación que el conocimiento sobre el cerebro , su funcionamiento y sur la forma de lo estimular ha provocado. Las neurociencias se pueden definir como un área de saber reciente que estudia el sistema nervioso central, así como su complejidad, buscando no sólo comprender profundamente el cerebro y sus funciones específicas, como también correlacionar esta información con otros conocimientos.
El "matrimonio" de las neurociencias con la educación y la psicología, convergió en la Neurosicoeducación - como un puente entre el conocimiento emergente de la neurociencia cognitiva y las estrategias psicopedagógicas vinculadas con el aprendizaje. Aunque el término no es consensual , la relación mientras la neurociencia y la educación es definida por muchos autores como un puente entre el conocimiento científico inherente a las funciones del cerebro (incluyendo la base cognitiva de aprendizaje ) y la organización de las mejores prácticas de enseñanza.
De acuerdo con las directrices de la OCDE (2009) , la Neurosicoeducación permite desarrollar nuevas prácticas de enseñanza con el fin de que el aprendizaje sea más efectivo.
A pesar de la incredulidad inicial en el rostro de su aplicabilidad, varios autores han demostrado la importancia de los intercambios entre la neurociencia y la educación en la estructuración de metodologías en el aula, así como en la reforma del plan de estudios y la mejora de la calidad de la educación. Recientemente, otros autores han señalado la importancia de la dialéctica entre la neurociencia y la psicoeducación en la estructuración del aprendizaje y la mejora del éxito educativo. El avance del conocimiento en las neurociencias y su aplicabilidad en han sido reportados en la literatura como un valor añadido en la estructuración de los programas de aprendizaje a pesar de las lagunas se destacan en la aplicación de estos conocimientos a contextos educativos prácticos.
Uno de los puntos centrales de la Neurosicoeducación es considerar al sujeto como una unidad “Cuerpo, Cerebro y Mente” (U.C.C.M) en constante interacción con el medio ambiente . Estos elementos representan una unidad indivisible y sus partes se relacionan entre sí en todo momento y su bon funcionamiento es fundamental para que el sujeto siga aprendiendo por toda su vida.
El proceso de aprendizaje pudo ser definido como un cambio de pensamiento y comportamiento que permite la supervivencia de los sujetos y su constante daaptación al medio. la aprendizaje cognitivo-ejecutiva ocurre mediante 6 etapas: la

primer es la inconsciencia no capacitada (el sujeto no sabe que no sabe), la segunda es

la consciencia no capacitado(el sujeto se confronta con el facto de que no sabe algo),

de seguida es la búsqueda de conocimiento (en que el procura desarrollar

herramientas iniciar su aprendizaje), después es la zona de aprendizaje teórica (donde

el sujeto busca es conocimiento), la quinta etapa es la confusión e la última es la

consciencia capacitada. Mientras todo el proceso de aprendizaje el sujeto deve tener

en cuidado los dos mayores enemigos de la aprendizaje teórica: el aburrimiento y la

ansiedad (ambos los dos son reflejos de los niveles de dopamina en el cerebro del

aprendiz: uno se refiere al exceso de dopamina y el otro a su defecto)

Con el aprendizaje vamos desarrollando neuroplasticidad y modelando las



redes hebbianas (redes interneuronales). Este proceso posibilita que los nuevos

conocimientos que se adquieren y que las experiencias que se viven remodelen el

cerebro.

Según la relación entre los principios de la neurociencia sobre cómo aprende y

estrategias que se pueden crear en un ambiente en el aula el cerebro , se puede

señalar que : 1 . Atención, memoria y emociones están interconectados en el proceso de

aprendizaje.

2 . El aprendizaje es una actividad social y, como tal, los estudiantes se

benefician de las oportunidades para discutir temas , sentimientos e ideas que

exponen.



3. El cerebro se modifica en función de la experiencia vivida - clases prácticas y



el ejercicio que involucran activamente a los participantes potenciar las asociaciones

entre las experiencias anteriores.

4 . Aunque la capacidad de aprender , no se agota en la edad adulta , el cerebro



tiene grandes períodos (períodos sensibles) para ciertos tipos de aprendizaje, .



5 . El cerebro tiene plasticidad neuronal ( sinaptogénesis ) , y como tal puede

aprender y adquirir nuevos aprendizajes a lo largo de la vida.

6. Zonas diferentes de la corteza se activan de forma simultánea durante las

nuevas experiencias de aprendizaje - mediante la vinculación de nuevos conocimientos

a situaciones anteriores es posible "anclar " la nueva información en el entendimiento

anterior , mejorando de este modo el aprendizaje.

7. La educación emocional es una de las claves fundamentales de la aprendizaje



una vez que es el entrenamiento en el registro corporal de las emociones y su

asociación con representaciones mentales o “mapas” que se traducen en conductas.

Sobre la base de estos principios , es evidente que el conocimiento de las bases

neurobiológicas de los procesos de aprendizaje es crucial para el acto pedagógico, lo

que resulta en la necesidad de profundizar sobre este nuevo conocimiento disciplinar

aún desconocido por la mayoría de los profesores .

La promoción de estrategias de enseñanza debe exigir el conocimiento de



cómo funciona el cerebro , ya que el cerebro es el órgano principal de aprendizaje y las

prácticas pedagógicas modifican su funcionamiento. Conocer el cerebro y su

funcionamiento también permite una mejor comprensión de algunas situaciones

marcadas como " trastornos , dificultades, trastornos , discapacidades o problemas del

aprendizaje". Muchas de estas denominaciones se utilizan inadecuadamente , por

desconocimiento.

Judy Willis afirma que hay algunos elementos clave para mejorar la enseñanza



(que aumentar la producción de dopamina hormona que potencia la aprendizaje) que

pueden ser introducidos en las actividades de la clase, como por ejemplo: la novedad,

la sorpresa (nos materiales y en los estímulos que no sean esperados por los educandos) y los cambios de vos, volumen, ritmo y de colores, movimiento y tamaño.

Un otro punto que también es importante es la predicción de los asuntos (los temas

deben de ser nuevos y sorpresivos, pero basados en conocimientos previos de los





alumnos, para no ocasionar inconformidad, apatía o temar) y su relación con los



conocimientos previos de los alumnos.



Para que el alumno aprenda es esencial que esté motivado y que se sienta

envuelto por las tareas (que practique y implemente los conocimientos que he

estudiado).







Algunas consideraciones para aplicar en el aula :



Estimulación multisensorial : las investigaciones muestran que el aprendizaje es

más eficaz y más fácil de recordar la información, si se estimulan más sentidos .

Memoria: sin memorización repetición no sucede , el retiro del mercado falla ,

se pierde la información, tiempo y motivación .

Emoción : la emoción está estrechamente relacionada con la memorización de

información.

Conocimiento previo : el aprendizaje es más significativo si la nueva

información se contextualiza y se conecta a los conocimientos ya existentes.

Desde concreto a lo abstracto : el lóbulo frontal , el asiento de nuestro

pensamiento abstracto, tarda más tiempo en desarrollarse y por tanto , hay que

comenzar con ejemplos concretos para lograr ideaciones abstractas.

Práctica : cuando la información se pone en práctica, es recordado con mayor

facilidad.

Historias o cuentos : se activan muchas áreas del cerebro porque evocan



emociones, recuerdos e ideas. Para tener un principio , medio y fin , también servirá





para impulsar el desarrollo de las habilidades de secuenciación y organización (corteza



prefrontal ) .







Sin embargo, es fundamental tener en cuenta que "Saber cómo aprende el

cerebro no es suficiente para realizar la magia de la enseñanza y el aprendizaje, así

como el conocimiento de los principios biológicos básicos no son suficientes para que

los médicos puedan ejercer una buena medicina . " ( Cosenza, 2011 ) pero tener ese

conocimiento es un primer paso para saber cómo mejorar la enseñanza. En resumen, cuando se aprende un poco más sobre cómo aprende el cerebro aprende es posible

mejorar las estrategias para lo enseñar!



Háblame y quizás lo olvide. Enséñame y quizás lo recuerde. Particípame y

aprenderé." (Benjamín Franklin, s.d.).