sexta-feira, 17 de abril de 2020

Reflexões em tempo de confinamento


Partilho um texto que vos peço para ler até ao fim... Não fui eu que o escrevi (mas bem que me orgulharia se tivesse sido) e chegou-me numa mensagem de carinho e esperança por parte de uma Amiga (uma daquelas pessoas especiais, com quem estava habituada a trocar sorrisos e reflexões e que agora mesmo à distância me consegue enviar palavras que aconchegam o coração!):

"Eu nasci poucos anos depois do fim da última grande guerra, e desde pequeno ouço falar que a Terceira Guerra Mundial provavelmente iria dizimar grande parte da raça humana. Acho que chegamos nela e nem nos demos conta disso. A diferença é que eu, na minha inocência, acreditava que seria uma briga de algum país rico,contra outro país rico, em busca de alguma riqueza maior ainda. Que esses países inventariam bombas terríveis e com toda força bélica iriam demonstrar quem era o mais forte... Errei... Errei feio... Descobri que o país mais forte na terceira guerra mundial, não é o que tem mais armas de fogo. Não é o que investiu em força bélica, ou armamento nuclear. O país que vai ganhar a guerra é aquele que soube investir na ciência, na saúde e em sua infraestrutura hospitalar, porque o inimigo não morre com um tiro, ele é invisível. Mas, em uma coisa eu estava certa... Muitos vão morrer. Essa guerra está aí para inverter valores. Veja: o petróleo, sem consumo, não vale nada, não é mais ouro negro como sempre disseram... O ouro hoje é em gel, e transparente... E só serve pra desinfetar.

Shoppings fechados, lojas desertas. Pra que comprar, se ninguém vai ver a bota nova comprada na loja cara logo no lançamento da Coleção outono-inverno?

Carros caros que não saem das garagens. Viagens desmarcadas. A Disney perdeu o encanto e o Donald, dessa vez o Trump, pede para que os americanos fiquem em casa. Em todas as línguas a palavra mais falada é essa mesmo "casa"... Que ganha um novo significado, além de morada vira "abrigo".

A muralha da China não impediu que o vírus se espalhasse. Deixamos todo o trabalho em cima das mesas e de um dia para o outro, tudo parou... Tenho a sensação de que não me despedi de ninguém... Fico imaginando que eu não posso perder ninguém, nem ir embora desse mundo sem me despedir. Será que abracei o suficiente? Será que disse a todos o quanto eu os amo. Não sei... Essa Guerra me deixou sem chão, verdades tão óbvias apareceram e quebraram paradigmas. Precisou que o mundo parasse e o vírus ameaçasse nossa sobrevivência para que os pais percebessem que educação se faz em casa. E que escolas são centros de socialização. Que ensinar não é fácil e que professores são muito mais heróis do que aqueles que o cinema mostra. Que os mitos estão nos hospitais, de máscaras e sem condições de trabalho e não no Planalto onde a idiotização das pessoas toma forma humana e sem escrúpulos. Se você aprendeu com a sabedoria dos mais velhos, sorte a sua, o mundo depois desse tsunami será mais jovem, com menos rugas e menos sábio... Ou talvez a sabedoria apareça nesse tempo, desde que ele sirva para entendermos que viagens foram canceladas porque a grande viagem que deve ser feita é pra dentro de nós mesmos. Para que você entenda que o importante não são os custos, mas os valores. Que essa guerra sirva pra que você reveja seus conceitos, entenda que rico é o trabalhador, sem ele não existe riqueza. Que sem o homem a natureza é mais feliz e o céu mais azul. Que amigos usam a tecnologia pra se fazer perto e que não existe distância para aqueles que se amam. Que vencer uma guerra no sofá é uma benção e está em suas mãos. Sua casa é sua trincheira e na terceira guerra mundial a granada mais perigosa é água e sabão. E quando passar, olhe pra essa quarentena e veja que ela foi apenas o tempo de incubação, que você precisou para renascer."

(Autor desconhecido, que pena...)