quarta-feira, 30 de setembro de 2015

Eu até gosto de ir à escola, mas... tenho mesmo de estudar?

Com o inicio de mais um ano letivo, as preocupações dos pais e educadores com o sucesso académico dos seus filhos começam a ser um dos pontos de maior destaque nas rotinas do dia-a-dia.
A par com a saúde e o bem estar dos seus educandos, a necessidade de fazer trabalhos de casa, o tempo que os filhos passam a estudar, os possíveis recados na cadernetas e os resultados das avaliações (entre tantas outras questões ligadas à escola) são geralmente pontos a que os pais dão particular atenção e que se refletem nas suas conversas quotidianas.  Nestes diálogos familiares é frequente ouvir os pais  confrontarem os filhos com a sua falta de dedicação nas tarefas escolares, chegando mesmo a pôr em causa se os resultados abaixo do esperado se devem a falta de esforço ou se haverá qualquer problema que condicione as suas aprendizagens.
Estes confrontos de opiniões muitas vezes permitem verificar que quer os objetivos quer as expectativas de pais e filhos face ao desempenho académico são distintas e esses fatores condicionam quer o investimento quer o compromisso que os alunos estabelecem com as tarefas escolares.
Com o inicio de mais um ano letivo, o segredo do sucesso escolar passa pelo compromisso que cada estudantes estabelece com o seu percurso académico. Neste sentido, é fundamental refletir conjuntamente com ele sobre a importância instrumental da escola na vida e no desenvolvimento de cada criança e jovem. O aluno não deve olhar para a escola como um espaço de ocupação de tempos livres (e ainda por cima ocupando-o com tarefas de que não gosta), este deve conseguir vê-la como um meio para alcançar os seus objetivos vocacional e ir adquirindo competências e conhecimentos em várias áreas do saber.
Paralelamente, deve ser o aluno a traçar os seus objetivos académicos, ajustado às suas capacidades e balizados pelas suas metas pessoais. Neste ponto, o educador pode ajuda-lo a traçar objetivos mais ambiciosos mas não deve impor os seus objetivos aos jovem, uma vez que desta forma este não se sentirá tão motivado em alcançá-los.
É ainda de extrema importância que a criança ou o jovem sintam o apoio familiar no seu percurso académico, não só motivando-os e ajudando-os a desenvolver a sua auto-estima e o seu auto-conceito.
Sintetizando, um dos primeiros passos para melhorar a motivação dos jovens face às aprendizagens escolares passa por envolver e responsabilizar os alunos pelas suas aprendizagens e por lhe demonstrar o valor da escola - mesmo não sendo perfeita ou ideal, esta é uma ferramenta necessária ao seu percurso académico e profissional e, como tal, eles deverão utilizá-la a seu proveito, da melhor forma possível.

 Texto escrito para a Clínica da Educação