quinta-feira, 1 de outubro de 2015

Estou desmotivado, a escola não é para mim!

A motivação, a par com as capacidades cognitivas, é vista como um dos fatores com maior impacto na aprendizagem, no desempenho e no sucesso académico dos alunos (nas várias faixas etárias). A sua interferência no nosso quotidiano abrange uma panóplia de situações muito vastas e variadas, que vão desde o simples sair da cama logo pela manhã, ao interesse (ou não) com que se iniciam, realizam e terminam as várias atividades que surgem ao longo do dia.
A motivação pode ser definida como um conjunto de pulsões ou fundamentos que nos levam a agir, isto é, como a razão que desbloqueia e desencadeia as nossas ações.  A palavra motivação deriva do étimo latino emovere, termo que pode ser traduzido como um movimento que ocorre de dentro para fora e que leva o sujeito a agir.
De entre os estudos que se têm realizado em torno deste conceito, é de salientar que vários autores apontam para uma pluridimensionalidade da motivação. Este facto evidencia que uma mesma pessoa pode ter diversos focos de interesse em simultâneo, em temáticas ou situações diversificadas e que se expressam em diferentes graus. Desta forma, não se deve olhar para a motivação como um conceito geral e generalizado ou como um estado único direcionada para todas as situações quotidiano num mesmo momento (está-se ou não se está motivado), uma vez que esta depende, de entre várias condicionantes, da especificidade da situação que a poderá despoletar e do fundamento que precede a vontade de agir: num mesmo momento alguém pode estar motivado para ver televisão e não estar motivado para estudar. Pode-se então referir tantas motivações quantas as tarefas a desempenhar: motivação para estudar matemática, motivação para estar nas aulas de inglês a aprender gramática ou motivação para fazer a cama de manhã.
Ao analisar o conceito de motivação convém ter presente que a intenção é a base do processo motivacional tratando-se, portanto, do ingrediente essencial para o despoletar de iniciativas como ler um livro, estudar matemática, fazer os TPC… bem como para a posterior manutenção destas atividades.
Paralelamente importa também ter em consideração a importância das “competências de autorregulação” e a sua implicação no processo de aprendizagem em termos cognitivos, motivacionais e comportamentais.
As metas de realização surgem também como um dos fatores associados ao conceito de motivação, mais valorizados na explicação do rendimento académico - para obter bons resultados é necessário ser detentor de capacidades normativas, ter vontade de atingir os objetivos e saber/identificar as metas que quer alcançar. As variáveis motivacionais podem então ser percebidas como os fundamentos que dirigem a ação e que envolvem persistência e prossecução de objetivos ou metas previamente fixadas pelo sujeito.
A desmotivação surge, em muitos contextos, por oposição aos fatores que promovem a motivação e, na sua origem, podem estar questões tão variados como o  pouco gosto pela tarefa, a falta de objetivos ou significado da ação, a ausência de recursos internos ou externos para a conclusão da atividade com sucesso, a ausência de um itinerário vocacional ajustado ou o baixo autoconceito/autoestima que o sujeito tem sobre si.
Quando associada à escola, a desmotivação pode culminar em situações de insucesso (repetido) e abandono escolar precoce, condicionando a qualidade de vida e o bem estar dos jovens.

Neste sentido é fundamental refletir sobre os  pontos que podem estar na base da desmotivação escolar (individual e generalizada) bem como nas estratégias que podem ser postas em prática para promover a motivação das crianças e dos jovens.

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