A
motivação, a par com as capacidades cognitivas, é vista como um dos fatores com
maior impacto na aprendizagem, no desempenho e no sucesso académico dos alunos
(nas várias faixas etárias). A sua interferência no nosso quotidiano abrange
uma panóplia de situações muito vastas e variadas, que vão desde o simples sair
da cama logo pela manhã, ao interesse (ou não) com que se iniciam, realizam e
terminam as várias atividades que surgem ao longo do dia.
A
motivação pode ser definida como um conjunto de pulsões ou fundamentos que nos
levam a agir, isto é, como a razão que desbloqueia e desencadeia as nossas
ações. A palavra motivação deriva do
étimo latino emovere, termo que pode
ser traduzido como um movimento que ocorre de dentro para fora e que leva o
sujeito a agir.
De
entre os estudos que se têm realizado em torno deste conceito, é de salientar
que vários autores apontam para uma pluridimensionalidade da motivação. Este
facto evidencia que uma mesma pessoa pode ter diversos focos de interesse em
simultâneo, em temáticas ou situações diversificadas e que se expressam em
diferentes graus. Desta forma, não se deve olhar para a motivação como um
conceito geral e generalizado ou como um estado único direcionada para todas as
situações quotidiano num mesmo momento (está-se ou não se está motivado), uma
vez que esta depende, de entre várias condicionantes, da especificidade da
situação que a poderá despoletar e do fundamento que precede a vontade de agir:
num mesmo momento alguém pode estar motivado para ver televisão e não estar
motivado para estudar. Pode-se então referir tantas motivações quantas as
tarefas a desempenhar: motivação para estudar matemática, motivação para estar
nas aulas de inglês a aprender gramática ou motivação para fazer a cama de
manhã.
Ao
analisar o conceito de motivação convém ter presente que a intenção é a base do
processo motivacional tratando-se, portanto, do ingrediente essencial para o
despoletar de iniciativas como ler um livro, estudar matemática, fazer os TPC…
bem como para a posterior manutenção destas atividades.
Paralelamente
importa também ter em consideração a importância das “competências de
autorregulação” e a sua implicação no processo de aprendizagem em termos
cognitivos, motivacionais e comportamentais.
As
metas de realização surgem também como um dos fatores associados ao conceito de
motivação, mais valorizados na explicação do rendimento académico - para obter
bons resultados é necessário ser detentor de capacidades normativas, ter
vontade de atingir os objetivos e saber/identificar as metas que quer alcançar.
As variáveis motivacionais podem então ser percebidas como os fundamentos que
dirigem a ação e que envolvem persistência e prossecução de objetivos ou metas
previamente fixadas pelo sujeito.
A
desmotivação surge, em muitos contextos, por oposição aos fatores que promovem
a motivação e, na sua origem, podem estar questões tão variados como o pouco gosto pela tarefa, a falta de objetivos
ou significado da ação, a ausência de recursos internos ou externos para a
conclusão da atividade com sucesso, a ausência de um itinerário vocacional
ajustado ou o baixo autoconceito/autoestima que o sujeito tem sobre si.
Quando
associada à escola, a desmotivação pode culminar em situações de insucesso
(repetido) e abandono escolar precoce, condicionando a qualidade de vida e o
bem estar dos jovens.
Neste
sentido é fundamental refletir sobre os
pontos que podem estar na base da desmotivação escolar (individual e
generalizada) bem como nas estratégias que podem ser postas em prática para
promover a motivação das crianças e dos jovens.
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